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Económico TV leiloada por 100 euros num grupo que faliu com dívidas de 1,2 mil milhões – Empresas
No verão do ano passado, de um conjunto de 73 marcas e 53 logótipos de publicações do falido grupo Ongoing, apenas os títulos “Diário Económico” e “Semanário Económico” – desaparecidos em março de 2016 – receberam licitações, através de leilão eletrónico, de 850 e 800 euros, respetivamente. Esta quarta-feira, 18 de setembro, terminou o leilão online da marca Económico TV, que tinha sido colocado à venda sem valor base. A insígnia do extinto canal televisivo, que faliu em novembro de 2016, recebeu apenas uma licitação, no valor de 100 euros. Valores residuais arrecadados pela massa falida de um grupo que faliu com dívidas de mais de 1,2 mil milhões de euros a centenas de credores, entre banca, fornecedores, trabalhadores e Estado português. Só ao Novo Banco ficaram 440 milhões de euros por pagar, sendo que, de acordo com o Público, mais de metade do dinheiro injetado no herdeiro do BES pelo Fundo de Resolução em 2018, emprestado pelos contribuintes, serviu apenas para tapar este buraco. O grupo de Nuno Vasconcellos ainda chegou a apresentar, em 2015, um Plano Especial de Revitalização (PER), que previa um conte de 97% na dívida e nos juros, com um período de carência de 12 meses. Foi chumbado. Em Janeiro de 2017 a “holding” foi enviada para liquidação. As perdas para os credores são colossais, a taxa de recuperação é baixíssima. No mesmo mês desse ano, foi decretada a insolvência pessoal do presidente da Ongoing. Uma mota-quatro foi o único bem encontrado em nome de Vasconcellos para responder por uma dívida da ordem dos 10 milhões de euros. Com negócios no Brasil, Vasconcellos “vive numa moradia bem decorada com obras de arte, com piscina e um pequeno jardim, num dos bairros mais nobres de São Paulo: Jardins Europa”, conduz “um Porsche Macan blindado e mantém o serviço de segurança pessoal”, revelou a revista Sábado, em maio passado. A Sábado dava ainda conta que “Nuninho”, como é tratado por vezes na família, é sócio, administrador ou dono de 12 empresas no Brasil, com capital social de 41 milhões de euros. “É daqui que vem o seu rendimento”, concluía a mesma revista.
