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Marques Mendes: ministro Pedro Nuno Santos foi o “bombeiro de serviço” – Marques Mendes
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A GREVE DOS CAMIONISTAS
- O Governo esteve mal antes da greve, esteve mal no início da greve e esteve bem no fim da greve.
- Esteve mal antes da greve:
- Primeiro, desvalorizou a greve, considerando que era um problema entre privados. Esqueceu-se é que tinha consequências públicas incontornáveis.
- Segundo, nada fez para tentar mediar o conflito antes da greve. O que fez no final bem podia ter feito antes de a greve começar.
- Terceiro, não preparou um plano de intervenção para o caso de a greve avançar. Um exemplo: o racionamento de combustível anunciado na quarta-feira, se tivesse sido decidido no início, evitava a corrida às bombas.
- Ou seja: o Governo não soube prever, antever e antecipar. Só soube desvalorizar. Como diz o Director do Expresso, “não é defeito. É feitio.”
- Esteve mal no início da greve: ao impor serviços mínimos para a Grande Lisboa e Grande Porto, esquecendo-se do resto do país. É ridículo, absurdo e grave. Os mesmos que tanto falam de descentralização e regionalização são na prática os que mais praticam o centralismo.
- Finalmente, o Governo esteve bem na parte final: ao mediar o conflito e ao ter conseguido alcançar um acordo. Aí, sim, o Governo este bem, percebeu que a situação estava no limite e que mais um ou dois dias de greve podiam ser fatais. Neste particular, o Ministro Pedro Nuno Santos foi o “bombeiro de serviço” e marcou muitos pontos dentro do PS e do Governo. Mostrou novamente os seus dotes de negociador. Prestou um serviço inestimável ao país e ao Governo. Mais um ou dois dias de greve podiam ter consequências políticas irreversíveis na imagem do Governo.
- Esta greve mostrou uma outra realidade: um país vulnerável que só faz “obra de fachada”.
- Há 11 anos houve uma paralisação semelhante. O que é que mudou entretanto? Nada. O país continuou vulnerável, igual ao passado;
- Abastecimento do aeroporto. Devia ser feito por um oleoduto. Evitava 180 camiões diários para o abastecerem, era mais fácil, eficiente e seguro, e permitia que os serviços mínimos de uma greve como esta se distribuíssem pelo país. Apesar disso, nada foi feito.
- Agência Internacional de Energia diz que as nossas infraestruturas de transporte de combustível são de “terceiro mundo”. Apesar desses alertas, fazemos “obras de fachada” e obras que “enchem o olho”, mas não fazemos o que é urgente e estruturante. A Espanha tem 4000km de oleoduto. Portugal tem apenas 230 km. Apesar disso, há 100 milhões de euros para investir em passes sociais, e bem. Mas não há 10 milhões para investir sequer num oleoduto para o Aeroporto, e mal.
O SINDICALISMO ESTÁ A MUDAR?
- As três greves que até hoje maior perturbação criaram têm todas um ponto em comum: foram todas desencadeadas por sindicatos independentes. Falamos da greve dos estivadores, dos enfermeiros e agora dos transportadores de materiais perigosos.
- Goste-se ou não se goste, isto representa uma certa falência do sindicalismo tradicional, em particular do modelo da CGTP. Este é um fenómeno novo, veio para ficar e vai provavelmente reforçar-se no futuro. Há várias razões que o explicam. Destaco apenas duas:
- Primeira: uma razão estrutural. O sindicalismo tradicional está excessivamente politizado. É mais um instrumento político e menos uma arma sindical. Deste modo, está cada vez mais desfasado da realidade laboral do país e das exigências de muitos trabalhadores.
- Segunda: uma razão conjuntural. No momento em que o PCP passou a apoiar o Governo, a CGTP perdeu espaço de manobra e intervenção. Na linguagem marxista, dir-se-á que “se aburguesou”. Na prática, deixou espaços vazios. E, como em tudo na vida, os vazios têm de ser preenchidos. E aí estão as novas realidades: ou movimentos inorgânicos da sociedade (como já se viu na Auto-Europa); ou um novo sindicalismo em ascensão.
- Esta aposta num sindicalismo independente suscitará por certo algum entusiasmo nalguns sectores da opinião pública. Sobretudo por contraponto com alguma “irritação” que o modelo da CGTP suscita. Mas, atenção! Este sindicalismo independente tenderá a ser mais “agressivo” que o sindicalismo tradicional. Como precisa de se afirmar, tenderá a usar formas de luta mais fortes e agressivas. Como já se começou a ver!
PROGRAMA DE ESTABILIDADE
Estes programas são uma obrigação de Bruxelas. Em anos eleitorais há quem os leve a sério e há quem faça deles um instrumento eleitoral.
- O Governo de Passos Coelho levou esta exigência a sério e fez em 2015 um Programa de Estabilidade que lhe custou provavelmente a maioria absoluta nas eleições. Foi quando inscreveu no PE, no sector da segurança social, uma verba de 600 milhões que foi interpretado como o valor de novos cortes a fazer nas pensões. Perdeu os votos de milhares de reformados.
- O Governo de António Costa fez diferente. Este PE é sobretudo um documento eleitoral. Isto vê-se em dois planos:
- No plano das previsões económicas: prever um crescimento de 1,9% é uma previsão excessivamente optimista. Sobretudo para eleitor ver. Na mesma semana em que a Alemanha reviu para metade (de 1% para 0,5%) a previsão do seu crescimento para este ano!
- No plano das ideias: este plano aponta para eventuais reduções de impostos no futuro. Dá muito jeito uma promessa desta natureza, depois de quatro anos de reforço da carga fiscal.
SONDAGENS DAS EUROPEIAS
- Uma nova sondagem da Axcimage sobre as próximas eleições europeias suscitou uma certa perplexidade – aponta para um empate técnico entre PS e PSD. Algo que eu previra na semana passada e que julgo que outras sondagens confirmarão nos próximos dias.
- Esta situação é politicamente muito curiosa e merece especial atenção:
- Primeiro: em circunstâncias normais, o PS deveria neste momento estar destacadíssimo nas sondagens. Basta pensar nas duas “bombas eleitorais” que lançou ultimamente: os passes sociais e o generoso reembolso do IRS. O problema é que os sucessivos erros cometidos pelo Governo eclipsaram algumas boas decisões da governação e irritaram os eleitores. Sem esquecer que o eleitoralismo em excesso pode ter um efeito contraproducente.
- Segundo: o PS quis nacionalizar e governamentalizar as eleições europeias, pedindo um voto de confiança no Governo. Um erro, como se vê. Disse-o desde o início. Os portugueses não gostam de misturar eleições europeias com legislativas. Um erro que está já a perturbar as próprias “hostes” socialistas. Como se vê de várias notícias, reina um ambiente de preocupação e desmobilização dentro do próprio aparelho socialista.
- Terceiro: há neste momento um discurso de forte bipolarização PS/PSD. O PS ataca forte e feio o PSD. O PSD responde na mesma moeda. Esta bipolarização PS/PSD tem três efeitos claros. Pode ser útil ao PS, porque ajuda a mobilizar o seu núcleo duro. É excelente para o PSD, porque valoriza o seu papel de oposição e alternativa. E é péssimo para o CDS e o Aliança, que ficam altamente subalternizados.
- Em conclusão: não me surpreende que ocorra nestas eleições de 2019 o que sucedeu em 2009 – o PSD pode ganhar as eleições europeias e o PS ganhar as eleições legislativas. Foi assim exactamente há 10 anos.
PR VETA LEI DE BASES DA SAÚDE?
Segundo o Expresso, o PR vetará a Lei de Bases da Saúde se um eventual acordo Governo/BE/PCP vier a proibir as PPP no sector da Saúde. Não faço ideia se tal vai suceder. Mas, a acontecer, é mais um erro de palmatória da parte do Governo.
- Primeiro, é um erro estratégico. Uma Lei de Bases não deve proibir nem impor PPP na Saúde. Deve deixar tudo em aberto para que cada governo, em cada momento, decida o que fazer. Haverá governos que querem fazer PPP e haverá governos que não querem fazer. A opção ideológica é na decisão que cada Governo toma. Não na Lei de Bases, que deve ser flexível, realista e abrangente.
- Segundo, é um erro táctico. Ter um veto presidencial em cima de eleições é mau para o Governo e para o PS. É acrescentar uma frente de luta às várias frentes que o PS já tem. Ainda por cima, em tempos de dificuldades para o Governo, “comprar” uma guerra política com um Presidente popular pode ser tudo menos um gesto de grande inteligência.
- Terceiro, é um erro político e eleitoral. Se a Lei de Bases proibir as PPP na saúde, isso será visto como uma vitória do BE e um derrota do Governo. É preciso não esquecer, além do mais, que foi um Governo do PS que iniciou as PPP na Saúde. Ora, com uma derrota nesta matéria, o PS não ganha um voto à esquerda e perde ao centro, no eleitorado moderado.
CELEBRAR O 25 DE ABRIL
Celebra-se na próxima semana o 45º aniversário do 25 de Abril. É mais uma data importante, cheia de simbolismo e de significado. Também aqui, para assinalar este momento singular, vamos recordar a Revolução com uma iniciativa igualmente singular – lançando um inquérito público e convidando os telespectadores a votar, online, no site da SIC, sobre as principais impressões que têm das pessoas, dos factos e das conquistas de Abril.
Assim, eis as cinco perguntas do inquérito que aqui lançamos:
INQUÉRITO SOBRE O 25 DE ABRIL
1 – Qual a figura que simboliza melhor o 25 de abril?
- António de Spínola
- Otelo Saraiva de Carvalho
- Salgueiro Maia
2 – Qual o político que mais contribuiu para fazer cair a ditadura no 25 de abril?
- Mário Soares
- Sá Carneiro
- Álvaro Cunhal
3 – Qual foi a maior conquista do 25 de abril?
- Fim da guerra colonial em África
- Liberdade e democracia
- Progresso e desenvolvimento económico de Portugal
- Fim do isolamento internacional do país e integração europeia
4 – Quem foi mais importante a enfrentar o PREC e a impor a democracia a 25 de
novembro de 1975?
- Mário Soares
- Presidente Costa Gomes
- Ramalho Eanes
- Melo Antunes e os militares do Grupo dos Nove
5 – Qual foi a medida trazida pelo 25 de abril que mais beneficiou os portugueses?
- Serviço Nacional de Saúde
- Universalização da Segurança Social e do sistema de reformas
- Valorização do poder local e eleições autárquicas
- Democratização do acesso ao ensino
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