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Turista rico, português pobre – Paulo Carmona

Anátemas conservadores - Paulo Carmona

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Turista rico, português pobre – Paulo Carmona

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A FRASE…

 

“Costa promete aumentar salários na Função Pública.”

 

Expresso, 15 de junho de 2019

 

A ANÁLISE…

 

Passear nos centros das cidades portuguesas convida a uma reflexão sobre a maré de turistas que nos enchem praças e restaurantes. Sobre o emprego direto e indireto que gera, nos táxis e TVDE, tuk-tuk, Hotéis, Alojamento Local e toda a sua cadeia de baixo valor, limpeza, lavagem de toalhas, etc. que sustentam esta invasão. E faz-nos pensar. Que seria de nós sem este “boom” turístico? E se os turistas tivessem descoberto Portugal mais cedo? Ou ainda não descoberto? E como é que com tantos turistas a virem para cá gastarem dinheiro continuamos a crescer poucochinho, mais que a média dos países ricos que crescem pouco, mas muito menos que outros países pobres que crescem o dobro de nós e que nos vão ultrapassando em riqueza produzida. Porque um país pobre necessita mais de crescer que um país rico.

 

Porque é de pobreza que falamos. Não para falar de desgraças, mas porque não nos devemos enganar sobre o empobrecimento, onde estamos e lutar contra isso, insatisfeitos. O turismo é bom porque os turistas pagam bem, mais que os portugueses, e têm o tal efeito real de riqueza na economia. Contudo também por isso são um espelho da nossa pobreza. Quase todos os turistas têm salários mais altos que os portugueses e têm-nos subido mais que nós nos últimos 20 anos. E falar do tema da desigualdade é falar da diferença salarial entre Portugal e Espanha, por exemplo, que se tem agravado, enquanto os impostos indiretos por cá aumentam mais que lá, roendo o já desfavorecido rendimento disponível.

 

Como os turistas podem pagar mais, temos preços de imobiliário e de hotelaria quase impraticáveis para portugueses, o Algarve cada vez mais longe e o estrangeiro cada vez mais caro. A gentrificação é inevitável porque o rico compra ao pobre e reabilita e os Robles da vida fazem negócio.

 

Ser pobre não é mau se puder, e quiser, lutar para ser rico. Este seria um debate sério para as próximas eleições. Porque “somos melhores” e deveríamos estar a crescer a 3 ou a 4% como a Polónia, a Hungria, a Eslováquia ou a Grécia, sim, até a Grécia…

 

Ainda mais porque sem maior criação de riqueza não conseguimos pagar mais impostos, para acudir a situações de exclusão social e aumentos de salários da Função Pública, os tais que iam fazendo cair o Governo.

 

Este artigo de opinião integra A Mão Visível – Observações sobre as consequências diretas e indiretas das políticas para todos os setores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

maovisivel@gmail.com



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