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Na crista do risco – Análises Deco

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Na crista do risco – Análises Deco

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Taxas de juro elevadas, divisa de emissão subvalorizada face ao euro. Eis as condições perfeitas para surfar no investimento em obrigações. Mas se, em situações normais, este já é um quadro pouco frequente, atualmente, este retrato não poderia estar mais distante da realidade.

Há anos que as taxas de juro das obrigações rastejam em níveis mínimos, sobretudo nos países desenvolvidos. Em algumas economias, os juros da dívida soberana são mesmo negativos, o que significa que, na prática, os investidores estão a pagar para emprestar dinheiro aos Estados. Um fenómeno pouco usual, que se deve à política seguida pelos grandes bancos centrais para combater os efeitos da última crise económico-financeira.

Neste cenário, os investidores que não queiram assumir quaisquer riscos terão ganhos inferiores à inflação e verão o capital encolher em termos reais. Ficar pelas obrigações denominadas em euros e de emitentes financeiramente mais sólidos é mais seguro, é certo, mas não será seguramente a opção mais rentável.

Para atingir rendimentos mais atrativos, só procurando emissões em divisas com juros mais elevados ou com potencial de gerar ganhos cambiais face ao euro. Investir em obrigações através de fundos, numa divisa com baixa correlação com o mercado bolsista, ajuda a completar o cenário ideal.

O risco matemático

As nossas recomendações incluem nove tipos de fundos de obrigações em seis moedas diferentes. Se os ordenarmos pelo seu nível de risco, utilizando apenas a medida de volatilidade, as obrigações em euros posicionam-se, sem surpresa, como a opção menos arriscada.

No extremo oposto desta escala de risco, encontramos dívida na moeda de um país emergente, o Brasil.

Entre os dois limites, próxima do euro, está a dívida escandinava, e, a meio, as obrigações euro high yield. Mas esta ordenação é puramente matemática e, por isso, não capta todas as características das diferentes categorias. Exemplo disso é o iene japonês, que tem apresentado uma maior volatilidade, e, por isso, surge quase no extremo de maior risco. No entanto, este é um ativo que, habitualmente, serve como refúgio em momentos de turbulência, tendo uma correlação negativa com a maioria dos mercados acionistas. O mesmo se passa com a dívida soberana em dólares norte-americanos. Apesar de, na escala de risco, aparecer, anormalmente, acima da dívida das empresas (“corporate”) e “high yield” na mesma divisa, na realidade, as emissões privadas, sobretudo as do grau “lixo”, são mais arriscadas, dada a sua sensibilidade à conjuntura.

Basta um percalço no ritmo da atividade económica para que a capacidade financeira das empresas mais vulneráveis e, consequentemente, o valor das obrigações sejam abalados.

Valor ao sabor do mercado

Existem modelos matemáticos que permitem calcular a altura e a velocidade das ondas, mas certamente um surfista precisa de munir-se de outros conhecimentos para ser bem-sucedido a surfá-las. O mesmo se aplica ao valor das unidades de participação dos fundos de obrigações, que não reflete apenas a sua volatilidade. Sem esquecer as decisões da própria entidade gestora, este valor depende sobretudo da evolução dos mercados, seja no que toca ao nível das taxas de juro e à sua evolução, à conjuntura económica e à capacidade de cumprimento financeiro dos emitentes, e ainda ao comportamento das taxas de câmbio, nos fundos dedicados a dívida em divisas estrangeiras. A soma de todos estes fatores é que determinará se um fundo se valoriza ou se terá perdas.

Para minimizar o risco, é essencial investir numa ótica de longo prazo e incluir os fundos numa estratégia de carteira.

Não se esqueça do fisco

Feito o investimento, é preciso ter em conta que o resgate de fundos tem de ser declarado no IRS. A tributação incidirá sobre o saldo global de mais e menos-valias, no ano em que ocorrem. Na tributação autónoma, normalmente a opção mais adequada, a taxa de imposto é de 28 por cento.

No caso de fundos geridos em Portugal (o código ISIN começa por PT), o imposto é retido na fonte e, como tal, não é necessário declarar o resgate.

Qual é a sua onda?

“Só surfo se o risco estiver flat”

Em tempos, para quem queria apanhar as primeiras ondas fora dos depósitos a prazo, os fundos de obrigações em euros eram o passo natural. Hoje, dado o panorama de juros na zona euro, dificilmente este tipo de fundos consegue bater o rendimento das contas a prazo mais bem remuneradas. Mas a verdade é que, nos últimos 12 meses, alguns conseguiram valorizar mais de 2%, o que significa que um fundo bem escolhido poderá ser rentável. Esteja, no entanto, preparado para o manter durante alguns anos. E, nunca é de mais lembrar, o capital não está garantido. Quanto aos fundos em coroas suecas e norueguesas, o seu potencial reside essencialmente na vertente cambial. A expectativa de apreciação das duas moedas escandinavas é o fator que lhe dá alguma atratividade, ainda que, como em qualquer outro investimento com risco, exista sempre a hipótese de a estimativa não se concretizar. Ou seja, o risco de serem atingidas por uma evolução cambial negativa é real e não pode ser negligenciado.

“Quero aplicar as poupanças no melhor spot”

Já passou a fase de iniciante e ainda que não esteja preparado para as grandes ondas, a sua carteira de investimentos pede algo mais. Assumindo que já tem um leque de produtos diversificado, incluindo aplicações de capital garantido, há um conjunto de fundos de obrigações que podem dar uma nova vida às suas poupanças. Os ativos em dólares norte-americanos (incluindo emitentes empresariais, ou seja, os corporate) permitem beneficiar do nível mais elevado das taxas de juro na terra de Trump. Os juros nos EUA são bastante atrativos, ficando mais de cinco vezes acima da média da zona euro. Surfar o dólar norte-americano é, por isso, uma oportunidade para aumentar o potencial de rendimento dos seus investimentos. O iene japonês, por seu turno, oferece taxas de juro negativas, e isso não é necessariamente mau. A sua vantagem reside, precisamente, na vertente cambial: como está subvalorizada face ao euro, a moeda nipónica tenderá a ganhar terreno, sobretudo, se a turbulência nos mercados financeiros aumentar.

“Sinto-me um McNamara das obrigações”

Se nem os supertubos de Peniche são suficientemente impressionantes para o demoverem de se lançar ao mar, está visto que não é um maior nível de risco que o vai manter afastado de produtos que prometem rendimentos mais atrativos. Para tirar o maior partido dos mercados obrigacionistas, terá de apostar nos ativos high yield e em divisas emergentes. São estas categorias que apresentam taxas de juro mais elevadas. Em termos de rendimento esperado, oscilam entre os 4% (euro high yield) e os 5,6% (dólar high yield e real brasileiro). Mais uma vez, falamos em expectativas, nada está garantido. Pode haver perdas, por exemplo, se a conjuntura económica se deteriorar (high yield) ou se o Brasil não conseguir fazer progressos para sair da crise e o real for penalizado no mercado cambial. Isto significa que, para subscrever isoladamente este tipo de fundos, o investidor deverá ter um perfil mais especulativo. E destemido, acrescente-se. Como um verdadeiro Garrett McNamara a surfar as ondas gigantes da Nazaré.

Baixo risco a risco elevado

4,8%
EURO
Taxa de juro 0,4%
Rendimento esperado 0,4%

O nosso conselho
Em média, os juros das obrigações a 10 anos da zona euro rondam os 0,4%, um rendimento bastante reduzido para tornar este investimento atrativo. Porém, o nível de risco é bastante reduzido e a correlação com os mercados acionistas, muito baixa. Investir somente em fundos de obrigações em euros não será uma opção interessante, mas subscrevê-los no âmbito de uma carteira mais vasta permite beneficiar do seu efeito de diversificação. Recomendamos o AXA WF Euro 7-10 (LU0251659420).

6,8%
COROA NORUEGUESA
Taxa de juro 1,6%
Rendimento esperado 2,7%

O nosso conselho
Após duas subidas, nos últimos 12 meses, para uma taxa de referência de 1%, os juros noruegueses podem sofrer novos aumentos em 2019. Um cenário que deverá alargar ainda mais o fosso entre as taxas de juro da Noruega e as de outras economias desenvolvidas. Ao mesmo tempo, a economia norueguesa permanecerá mais dinâmica do que a da moeda única. A conjugação destes fatores dá um bom potencial de apreciação à coroa norueguesa, que está atualmente subvalorizada. Recomendamos o Nordea Norwegian Bond (LU0173776393).

7%
COROA SUECA
Taxa de juro 0%
Rendimento esperado 2,9%

O nosso conselho
A subvalorização face ao euro e o inerente potencial de apreciação são os seus principais atrativos. Mas há sinais de mudança: por um lado, a política monetária, que mantém a fraqueza da coroa no mercado cambial, é criticada pelo seu impacto negativo no poder de compra dos suecos, por outro, o próprio banco central considera esta subvalorização excessiva, o que o levou a aumentar a taxa de referência no início de 2019. É, por isso, provável uma lenta apreciação da coroa. Recomendamos o Nordea Swedish Bond (LU0173776047).

8,7%
EURO HIGH YIELD
Taxa de juro 4%
Rendimento esperado 4%

O nosso conselho
Na área da moeda única, também existem fundos dedicados a emitentes financeiramente menos sólidos (dívida high yield ou “lixo”), com taxas de juro que rondam os 4 por cento. Uma opção bastante atrativa para completar uma carteira de investimentos, mas que, naturalmente, comporta um risco mais elevado. Recomendamos o Candriam Bonds Euro High Yield (LU0144751095) .

9,1%
DÓLAR EUA HIGH YIELD
Taxa de juro 6,7%
Rendimento esperado 5,6%

O nosso conselho
Os juros dos títulos de dívida high yield (“lixo “) em dólares norte-americanos são ainda mais elevados do que os denominados em euros. O mesmo acontece com o risco: as taxas de 6,7% não permitem amortecer eventuais choques dos mercados. Ainda assim, a postura mais prudente da Reserva Federal torna improvável uma tendência de aumento dos juros, o que vai facilitar o cumprimento ?nanceiro destas empresas. Recomendamos o PIMCO US High Yield Bond (IE00B11XZ871).

10%
DÓLAR EUA CORPORATE
Taxa de juro 3,7%
Rendimento esperado 2,6%

O nosso conselho
As obrigações de empresas (corporate) emitidas em dólares norte-americanos, se comparadas com as da zona euro, também são interessantes, oferecendo um rendimento mais elevado (cerca de 3,6 por cento). Apesar disso, os níveis de volatilidade são relativamente baixos. Recomendamos o UBS Bond USD (LU0035346773).

12,5%
DÓLAR EUA
Taxa de juro 2,4%
Rendimento esperado 1,4%

O nosso conselho
A dívida soberana dos Estados Unidos da América continua a ser o ativo de referência global e oferece taxas bastante superiores às da zona euro (2,3% contra 0,4 por cento). Nesta, como nas opções anteriores, o nível de juros permite compensar uma perspetiva cambial menos favorável para o dólar. Nesta escala puramente matemática, que capta apenas a volatilidade dos ativos, surge, anormalmente, acima do dólar corporate e high yield. Recomendamos o iShares USD Treasury Bond 7-10yr ETF (IE00B1FZS798).

13,6%
IENE JAPONÊS
Taxa de juro -0,1%
Rendimento esperado 0,7%

O nosso conselho
Apesar de, recentemente, o iene ter apresentado maior volatilidade e a dívida pública nipónica ser gigantesca, a situação financeira do Japão é sólida, graças à riqueza acumulada nas últimas décadas. Além disso, a maior parte da dívida é detida pelo banco central, o que favorece a estabilidade do mercado. O preço desta estabilidade são taxas de juro artificialmente baixas e em terreno negativo (-0,1%). Contudo, a subvalorização do iene face ao euro compensa essa desvantagem. Recomendamos o Eurizon EasyFund Bond JPY (LU0090978643).

17%
REAL BRASILEIRO
Taxa de juro 7,6%
Rendimento esperado 5,6%

O nosso conselho
Um dos principais objetivos de Jair Bolsonaro é consolidar as contas públicas para reduzir as taxas de juro da dívida. Dada a falta de consenso, é improvável que consiga aprovar todas as reformas económicas prometidas, mas as obrigações do Brasil estão na linha da frente para beneficiar das que virem a luz do dia. Os juros da dívida rondam os 7,5%, um nível atrativo e que, de momento, compensa o maior risco do investimento em obrigações em reais. Recomendamos os fundos HSBC GIF Brazil Bond (LU0254979965).



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